sábado, 29 de janeiro de 2022

Pulso de vida e de morte

Caminhamos na corda bamba entre a vida e a morte 
Nos equilibramos diante do pulso de vida e de morte 
E qualquer desiquilíbrio na linha da vida 
Pode significar uma perda irreversível 
De nosso bem mais valioso, ora ser insubstituível 

Como neófitos caminhamos como se fôssemos imortais, 
Mas nos sabemos mortais 
No entanto, às vezes é preciso enganar a realidade, 
Escapar dos fatos para viver entre sonhos 

Nos sabemos poeira do cosmo 
No entanto, nos enganamos achando que somos estrelas 
Astros quase eternos, de tempos passados 
Sombras de entidades já desfeitas no universo
 
Sonhamos e acreditamos e nos enganamos 
É preciso, para a todo instante encontrar beleza no que nos resta 
Na flor de Maio e de Outubro 
Na breve joaninha se alimentando do parasita em uma flor 
No céu de verão laranja infinito 
No mar de ressaca de tempestade 
No mármore esculpido em carne 
Na beleza que se constrói e que foi construída 
No piscar de um raro vagalume à noite 

Sim, nos alimentamos dessas pequenas esperanças, 
Dessas pequenas sutilezas, visões, cheiros, cantos, 
O que nos faz despertar todo dia para um novo amanhã, 
Incerto, certo, uma constante dúvida, 
Carregada de expectativa, temores, 
Aguardada, desprezada, irrequieta 
Vida

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