Nos equilibramos diante do pulso de vida e de morte
E qualquer desiquilíbrio na linha da vida
Pode significar uma perda irreversível
De nosso bem mais valioso, ora ser insubstituível
Como neófitos caminhamos como se fôssemos imortais,
Mas nos sabemos mortais
No entanto, às vezes é preciso enganar a realidade,
Escapar dos fatos para viver entre sonhos
Nos sabemos poeira do cosmo
No entanto, nos enganamos achando que somos estrelas
Astros quase eternos, de tempos passados
Sombras de entidades já desfeitas no universo
Sonhamos e acreditamos e nos enganamos
É preciso, para a todo instante encontrar beleza no que nos resta
Na flor de Maio e de Outubro
Na breve joaninha se alimentando do parasita em uma flor
No céu de verão laranja infinito
No mar de ressaca de tempestade
No mármore esculpido em carne
Na beleza que se constrói e que foi construída
No piscar de um raro vagalume à noite
Sim, nos alimentamos dessas pequenas esperanças,
Dessas pequenas sutilezas, visões, cheiros, cantos,
O que nos faz despertar todo dia para um novo amanhã,
Incerto, certo, uma constante dúvida,
Carregada de expectativa, temores,
Aguardada, desprezada, irrequieta
Vida
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